Exclusiva, F-150 tem rodas aro 24″, sonzeira e suspensão a ar

AIR SHOW – Ford F-150 2004, exclusiva no Brasil, ganhou suspensão a ar, rodas 24”, reprogramação no V8 5.4 e customização feita por especialista em caminhões

Charada é personagem das antigas, tanto como vilão nos episódios de Batman, quanto na capital paulista com seu trabalho modificando veículos especiais. Julio César “Charada” Petrassi ficou conhecido desde o começo de carreira, quando instalava película em vidros dos carros de amigos, há 20 anos, e bombou de verdade ao aparecer com suas picapes modificadas e equipadas com suspensão a ar lá atrás, nos anos 1990. De lá pra cá, causa na cena dos rebaixados do Brasil. Sua loja, a Charada Film, na Zona Norte de São Paulo, vive bombada de pesados e também de carros de passeio. Mas, sua paixão é realmente pelos utilitários. Ele já roda há algum tempo com sua Ford F-150 americana, 2004, importada de forma independente por um amigo, adquirida há alguns anos e mantida imaculada após a aquisição. Nem sabemos como ele confiou na nossa equipe e deixou essa exclusividade no Galpão FULLPOWER alguns dias para ensaio, medição em dinamômetro e, claro, alguns passeios de leve pela capital paulista.


Nesses rolês e poucos dias de convivência, deu para notar como uma suspensão a ar pode funcionar sem problemas, especialmente por ser superdimensionada. Tudo ali é otimizado: as bolsas são de aplicação para caminhões, portanto suportam o trabalho na picape numa boa. Com dois cilindros de ar gigantes e dois compressores Viair 480C, gringos, basta apertar os botões no painel para subir ou descer a F-150 quantas vezes quiser. São quatro botões, um para cada roda. Os manômetros ficam bem à mostra e cada um tem dois ponteiros que devem ficar perfeitamente sobrepostos, indicando que os lados estão bem alinhados e o passeio pode começar.



Quanto à frente e traseira, Julio roda sempre com mais pressão na frente e deixa a traseira levemente mais baixa, menos carregada, com cerca de 50% da capacidade de ar nas bolsas. “Metade da carga atrás fica o ideal para conforto e menos pulos. Já na dianteira, rodo sempre com 75%”, conta o especialista. Seguimos as orientações e caímos na estrada.A suspensão realmente dá conta do recado, mas os pneus muito baixos exigem cuidado ao passar pelas ruas ruins, esburacadas e cheias de remendos mal feitos, pois é fácil ganhar um amassado nas rodas PDW 24” e tala 10”. E mais: com perfil 30 de pneus, as bolsas de ar têm que absorver grande parte dessas irregularidades.


Mas, o ponto alto do sistema adaptado pelo Charada está nos cilindros de ar gigantes, que evitam acionamento constante dos compressores. Nos veículos de cilindro pequeno, basta uma ou duas alteradas na altura que lá vem o compressor, ruídos, consumo de bateria… Aqui não, demora bastante para os compressores entrarem em ação. Porém, cada carga também leva tempo e recomenda-se estar com o motor V8 funcionando, pois a demanda de energia é grande. “Alterei a bateria por outra de maior amperagem e sempre carrego os cilindros com o veoitão ligado para não sobrecarregar a parte elétrica”, fala Júlio.


Na parte elétrica, o sistema de suspensão exigiu instalação de 16 solenoides, além dessa bateria mais sarada. Mas o trabalho pesado mesmo foi de adaptação de bolsas e desenho criativo de chassi. “Cada projeto é único. Eu peguei essa picape de um amigo que já tinha instalado uma suspensão a ar, mas refizemos tudo. Como usaríamos para eventos como X-Treme Motorsports e outras apresentações, fizemos um desenho bem diferente na parte traseira, com aberturas na caçamba para que os curiosos entendam todo o funcionamento.


Só de adaptação e montagem foram quase cinco meses de trabalho”, declara o profissional. Há dois amortecedores traseiros feitos sob medida, com hastes gigantes para mais curso.
Com toda a suspensão montada no padrão showcar, era preciso dar uma cara diferente à Ford a começar pelo para-choque traseiro. O original sumiu para adoção de uma peça feita à mão, em lata, embutida e alinhada com a tampa traseira. Ganhou inclusive espaço para a placa.



Para a dianteira, a capa do para-choque é em fibra de vidro com modelação especial para uma nova grade frontal com emblema do Charada — o clássico símbolo de interrogação — espelhadão. As faixas adesivas laranjas foram feitas recentemente para mudar um pouco o visual sóbrio.


Faz Barulho: V8 ronca, som toca
Com mais de 10 anos, mas ainda inteira, a picape tem um V8 5.4 de concepção mais antiga e trabalha com um câmbio automático de três marchas.



Apesar da cilindrada elevada, não é um fenômeno da performance, afinal trata-se originalmente de um utilitário. Após receber uma reprogramação eletrônica, levamos a F-150 para uma passagem no dinamômetro 4×4 da Herrera Motorsports (SP). Tração traseira e com escape praticamente direto, com as ponteiras saindo logo atrás da cabine e roncando com vontade, são 240 cv e quase 40 kgfm de força, na gasolina. Com os pneus tão baixos, nem adianta buscar performance ou querer acelerar muito. Melhor mesmo é o velho e bom passeio tranquilão, no estilo desfile.
Tem até uma sonzeira com direito a TV no aparelho 2Din, que empurra forte graças aos dois amplificadores e um sub de 12” da Diamond. Kits duas vias nas portas e tweeters nas colunas A dão um bom resultado sonoro.


Ou seja, de vidros fechados, curtindo um som, ou janelas abertas ouvindo o ronco do V8, essa F-150 apavora. O investimento neste desfile é fortinho: de suspensão pode chegar aos R$ 25 mil. Já som, rodas e visual podem custar outros R$ 25 mil ou mais, a critério do cliente. Preço de tanta exclusividade!
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Sobre #AINDATORINDO

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